A Organização das Nações Unidas estima que 1,5% da população mundial possui deficiência auditiva (Corde, 1996). No Brasil, dos 34,5 milhões de deficientes brasileiros, 5,7 milhões têm deficiência auditiva (IBGE, 2006), um número significativo em termos de saúde pública, uma vez que, se estas crianças não receberem um atendimento adequado e desenvolverem uma competência lingüística, terão sérios problemas para constituírem-se como sujeitos ativos, participantes de uma sociedade.

Em nossa sociedade existem padrões pré-moldados e valores culturais de normalidade; aqueles que não se ajustam recebem a rotulação de “desviante”, o que os coloca na posição de propensos a receberem mais conceitos negativos do que positivos (Figueira, 1996).Esta rotulação geralmente surge quando uma pessoa apresenta evidências de que tem um atributo que a torna diferente dos outros. No caso da surdez, o aspecto mais visível da falta de audição é a falta da linguagem oral e essa falta é realçada numa sociedade que se comunica principalmente pela fala. O fato de o surdo ser diferente o torna estigmatizado e, quando o seu efeito de descrédito é muito grande, algumas vezes ele também é considerado como tendo um defeito, uma fraqueza,uma desvantagem.

Diante desse contexto, infelizmente a criança surda que nasce em um meio ouvinte enfrenta desde o nascimento problemas quanto sua aceitação primeiramente pelos pais por causa de suas expectativas frustradas, afinal os mesmos desejam que ela também seja ouvinte. Por isso o processo de socialização da criança surda com pais ouvintes é, muitas vezes, conflitante desde o início. Em alguns casos por falta de informação os pais não sabem a respeito da LIBRAS e da importância de aprendê-la para facilitar a comunicação com o filho surdo. Desse modo, é imprescindível que os pais sejam orientados a respeito pois a Libras deve ser a lingua materna da criança surda.

A importância da LIBRAS nas escolas.

Levando em consideração escola como um ambiente inclusivo, penso que o sistema educacional deve refletir e agir quanto a busca de meios em que os alunos surdos possam ser inseridos na instituição escolar, dando-lhes condições para que estes possam desenvolver o conhecimento por meio de sua língua (LIBRAS-Língua Brasileira de Sinais). Desse modo, a Libras deve ser inserida como disciplina obrigatória nos cursos de formação de professores para o exercício do magistério, em nível médio e superior, de instituições de ensino, públicas e privadas, do sistema federal de ensino e dos sistemas de ensino dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Somente assim estaremos atentos às suas diferenças culturais e lingüísticas, já que a linguagem e língua são importantes mecanismos de intermediação, nos quais podemos expressar todo conteúdo histórico, cultural e representativo dos seres humanos.

Modelo de plano de aula para alunos da alfabetização.

Disciplina: Português

Duração: 2h.

Objetivo: Desenvolver o conhecimento do assunto abordado de maneira lúdica e prazerosa.

Conteúdo: Classificação quanto ao número de sílabas.

Recursos Didáticos: Barbante, cola, tesoura, papel, canetas, caderno, lápis, borracha, quadro de giz.

Procedimentos

Explicar para os alunos sobre como classificar as palavras segundo o número de sílabas.

Usando as laterais de um canto da sala ou do próprio quadro-de-giz colocar barbante (cordão) estirado nas suas extremidades.

Confeccionar na cartolina as silaba das palavras que deseje formar e pendurar no barbante de modo embaralhado.

Solicitar aos alunos que individualmente vá até o varal e tente descobrir qual palavra forma na seqüência correta e classificá-la de acordo com o número de sílabas. Por exemplo, AS + CA = CASA, possui 2 sílabas, então ela é: dissílaba.

Auxiliar os alunos que possuírem dificuldades.

Após usar o recurso incentivador pedir para que falem outras palavras e classifique-as.

Avaliação: Observar e registrar o desempenho dos alunos através do recurso para a compreensão do assunto bem como a pronúncia correta das palavras.